Gota D'água

Papel do catador de lixo é destacado em audiência pública

17/06/2019

Hoje, em que pese contratos milionários feitos entre municípios com grandes empresas de coleta de lixo, é impossível dispensar o trabalho feito pelos catadores e catadoras de materiais recicláveis. Fazem o importante trabalho de separação e reciclagem de materiais descartados pela sociedade e que, não fosse a atuação deles, iriam ampliar em muito as toneladas de lixo que diariamente adentram os “lixões” e aterros sanitários.

Por iniciativa da vereadora Marta Rodrigues (PT), a Câmara de Salvador realizou audiência pública na última quarta (12), no auditório do Ministério Público do Trabalho (MPT), para discutir o papel dos catadores de lixo, justamente no Dia Nacional do Catador. Entre conclusões e reivindicações, a necessidade de implementar a Política Nacional de Resíduos Sólidos, incentivar e fortalecer o trabalho de cooperativas de catadores e garantir efetiva proteção aos profissionais que atuam no setor. Nada não: de acordo com o MPT, estima-se que eles formam um exército de 9 mil pessoas apenas em Salvador, a maioria trabalhando e dormindo nas ruas.

Reconhecer o papel do catador é também o município assumir um compromisso ambiental, valorizando a reciclagem e os trabalhadores. Salvador ainda atua na contramão de outras grandes cidades, que atuam com força na coleta seletiva de lixo. Municípios de menor porte, como Lauro de Freitas e Jacobina, estão muito na frente da capital baiana.

O diretor de Comunicação do Sindae, Edmilson Barbosa, também participou da homenagem aos catadores e pediu mais determinação do município na prestação do serviço de coleta seletiva. Salientou que, se assim não for, a triagem nunca será feita pela empresa que ganha milhões para coletar o lixo. “Ela fatura pela tonelagem coletada e levada para o aterro, não vai investir na triagem e reciclagem do material. Assim, perdemos todos, sobretudo o meio ambiente”, afirmou Barbosa.