Pressionado pela greve geral, pela oposição e por governadores, o relator da reforma da previdência na comissão especial da Câmara dos Deputados, Samuel Moreira (PSDB-SP) apresentou seu relatório na última sexta (14), abrindo assim o espaço de votação da proposta. Ele se viu obrigado a recuar em alguns pontos, a exemplo do sistema de capitalização (deixada para depois), mas em geral o projeto é ainda cruel, abrangendo vários retrocessos nos direitos da classe trabalhadora. Também está de fora a regra que permitia mexer na previdência através de lei complementar, ficando mantida a proposta de emenda à Constituição, o que cria mais dificuldade.

De qualquer forma, o golpe contra a previdência social está mantido, seja com a ampliação da idade mínima para aposentadoria, para o tempo de concessão integral do benefício, seja para a redução dos benefícios para idosos e deficientes. É preciso ampla e forte mobilização, pois se aprovada a reforma a aposentadoria será um sonho cada vez mais distante. Por sinal, parlamentares que apoiam o governo Bolsonaro já avisaram que vão forçar a inclusão do sistema de capitalização na proposta. Esses sistema é o que, implantado no Chile, tem levado milhares de idosos ao suicídio, tamanha a miserabilidade que provocou para as famílias.