Gota D'água

Reforma da previdência vai cortar abono pago a 13 milhões de trabalhadores (as)

22/07/2019

Além de dificultar a aposentadoria e reduzir o valor do benefício, a reforma da previdência do governo Bolsonaro contém várias outras ameaças dirigidas às camadas mais pobres da população brasileira. Uma das mudanças mais significativas será o corte do abono salarial do PIS/Pasep que, pela proposta, deixará de ser pago para quem ganha até dois salários mínimos (R$ 1.996,00) e se limitará aqueles que recebem até R$ 1.364,43.

Essa alteração vai ter uma implicação brusca no sustento de 13 milhões de trabalhadores (as) que ficarão sem receber o abono e mostra a amplitude das medidas que o governo Bolsonaro está fazendo em nome da reforma da previdência. Para o governo, essa parcela de 13 milhões é de pessoas privilegiadas e que não precisam do benefício. De baixa renda, só será considerada quem receber até R$ 1.364,43.

A medida visa combater privilégios, na visão do ministro da Economia, o banqueiro Paulo Guedes. Contudo, não dá para entender isso como privilégio para quem recebe tão pouco enquanto a reforma não mexe com militares, parlamentares e o topo do poder judiciário – estes sim, recebendo até mais do que o teto fixado pela Constituição.