Gota D'água

Nesta terça tem nova mediação com a Embasa. Depois vamos todos (as) para novas assembleias

18/08/2019

Nesta terça (20) teremos mediação no MPT e de quarta a sexta faremos novas assembleias. A presença de cada um (uma) é fundamental. Vamos manter a mobilização até a vitória final

A segunda rodada de assembleias feitas na capital e interior, na semana passada, repetiu o resultado da primeira rodada: a categoria demonstrou uma incontestável união para rejeitar a proposta de acordo coletivo feita pela Embasa e, especialmente, para afastar a introdução do sistema de coparticipação no plano de saúde. A categoria está amplamente mobilizada e engajada no processo de luta.

Por ampla maioria, e demonstrando também consciência para a necessidade de deixar espaço de negociação, os (as) trabalhadores (as) decidiram aguardar a segunda mediação prevista entre a Embasa, o Sindicato e o Ministério Público do Trabalho, que acontecerá nesta terça (20). Como a empresa tem sido dura na falta de diálogo até aqui, também está convocada uma terceira rodada de assembleias para logo após a mediação. Elas acontecerão de quarta (21) até sexta (23) nos mesmos locais e horários das anteriores. E todas tem indicativo de greve.

Apesar dos vários meses de campanha salarial, o que tem ficado da proposta de acordo da Embasa é o reajuste salarial de 5,07% e o mesmo índice em outros quatro benefícios, fazendo o “congelamento” de outros tantos. Mas tudo sob uma dolorosa condição: que a categoria aceite a coparticipação no plano de saúde, sem que isso sequer tenha sido amplamente discutido entre os (as) trabalhadores (as).

Dupla cobrança – Está mais do que provado que a Embasa quer fazer uma dupla cobrança pela assistência médica, pois já desconta do salário uma parcela e agora quer cobrar por cada procedimento médico. A coparticipação implicará num gasto mensal de 10% a mais na conta do (a) trabalhador (a) e resultará numa dupla cobrança pelo mesmo serviço.

Até aqui, a Embasa tem apresentado dados absolutamente inconsistentes para justificar a necessidade da coparticipação, que não comprovam, como ela alega, mau uso e problemas de sustentabilidade do plano de saúde. De acordo com dados dela própria, divulgados em recente videoconferência, a sinistralidade (procura de atendimento médico) entre ativos e inativos está na média de 75%, o que deixa uma margem de lucro de 25% para a operadora.

É um montante significativo quando se observa que a empresa paga mais de R$ 6 milhões ao mês à operadora. Mais ainda quando se vê que o limite de tolerância da sinistralidade, conforme o contrato, está em 85%, e isso garante a operação um lucro mais do que razoável.

Além disso, o acordo coletivo em vigor prevê a discussão da coparticipação durante a vigência dele, mas a empresa só atentou para isso agora, mesmo assim exigindo sua implantação. Vale ressaltar que não houve reunião da comissão do plano de saúde na última sexta (16), ficando adiada para esta terça (20).

Várias outras maldades – Outros detalhes importantes: a empresa informou na videoconferência que o valor de 10% de coparticipação sobre cada procedimento ficará limitado a 10% do valor pago por vida ao plano de saúde. Por exemplo: a Embasa paga R$ 537,78 por vida à Promédica. Caso um determinado procedimento custe R$ 600,00 a coparticipação seria de R$ 60,00, mas só será cobrado R$ 53,77 por conta do limite do valor-vida citado acima.

Mais existe um perigo ou o que se pode chamar de pulo do gato: se houver uma nova licitação e o valor por vida aumentar com a nova operadora, o custo do (da) empregado (a) aumentará na mesma proporção. Por exemplo, se o valor-vida subir para R$ 800,00, então o limite de desconto por procedimento sobe para R$ 80,00.

Além disso, considerando que a coparticipação é cobrada por cada procedimento feito pelo titular e seus dependentes, o acúmulo de valores até o limite de 10% do salário mensal pode deixar os (as) trabalhadores (as) endividados por vários meses, mais uma vez impactando fortemente aqueles (as) que tem os menores salários. Como o salário é menor, a dívida será quitada num volume enorme de parcelas. No fim das contas, significará na prática redução de salário.

É importante lembrar com destaque que essa maldade que a Embasa está querendo fazer com os (as) trabalhadores (as) é exatamente no ano em que ele registrou no balanço o maior lucro da sua história.