Notório defensor da pauta reformista e privatizante no Congresso Nacional, o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ) atropelou o regimento interno e conseguiu aprovar o requerimento de urgência para votação do Projeto de Lei 3261, que abre o saneamento à privatização. Com isso, o PL não precisa cumprir mais prazos e pode ser colocado em votação já na sessão da próxima terça ou quarta (3 ou 4).

Diante desse fato, a Federação Nacional dos Urbanitários convocou o movimento sindical para se fazer presente em Brasília na próxima semana, a fim de pressionar contra a votação do PL 3261. O Sindae, assim como vários outros sindicatos do setor, estará enviando uma representação para Brasília – o que tem feito nos últimos meses, desde que o governo lançou medidas provisórias com a finalidade de também privatizar o saneamento, forçando a venda das companhias estaduais.

A manobra de Maia, apesar de denunciada, não foi levada em consideração – e entra no rol de mais um absurdo desse momento do país no qual as leis estão sendo impiedosamente desrespeitadas. Também chama a atenção que a urgência foi aprovada por nove deputados federais da Bahia, mesmo com todas as informações de que a privatização do saneamento, e da água, tem resultado no aumento de tarifas, queda na qualidade do serviço e redução do acesso pela população pobre.

Os deputados que apoiaram a urgência foram: Félix Mendonça Júnior (PDT), Abílio Santana e Raimundo Costa (PL), Mário Negromonte Jr. (PP), Uldurico Junior (PROS), Adolfo Viana (PSDB), Professora Dayane Pimentel (PSL), João Roma e Márcio Marinho (Republicanos.

No sentido contrário, se colocando contra a aprovação da urgência e contra a privatização da água, votaram Afonso Florence, Jorge Solla, Nélson Pelegrino, Valmir Assunção, Waldenor Pereira e Zé Neto (PT), Pastor Sargento Isidório (Avante),  Alice Portugal e Daniel Almeida (PCdoB), Alex Santana (PDT), Bacelar (Podemos), Ronaldo Carletto (PP), Marcelo Nilo (PSB), Charles Fernandes, José Nunes e Otto Alencar Filho (PSD).