Ao insistir nas conhecidas medidas de cortes de investimentos, sem acrescentar nada de novo ante um cenário econômico que deve se agravar com o coronavírus, o ministro da Economia, o banqueiro Paulo Guedes, demonstra não ter a menor noção da crise que se espalha pelo mundo, segundo o diretor técnico do Dieese, Fausto Augusto Júnior. Guedes enviou ofício ao Congresso Nacional, na última quarta (11), pedindo para acelerar a aprovação das reformas propostas pelo governo como forma de blindar o Brasil dos efeitos da crise.

Essa é uma contradição para o momento de crise, alega Fausto, pois se trata de medidas apresentadas dentro do que seria um cenário de normalidade. As propostas apontam para corte de gastos, quando, segundo o dirigente do Dieese, o governo Bolsonaro deveria estar propondo investir para garantir o atendimento à população, o bem-estar da sociedade e a atividade econômica.

Fausto cobrou “bom senso” do governo e a revisão da agenda de corte de gastos, já que o enfrentamento à crise vai exigir investimentos em saúde, além de estímulos para a economia. “Não é só o movimento epidemiológico. Junto com ele, vem toda uma crise internacional que deve levar o mundo para uma recessão e que vai, inevitavelmente, colocar o Brasil numa situação econômica difícil”, afirmou ele.