Gota D'água

Sindicato cobra adiamento do retorno das atividades presenciais na Embasa e revisão do Protocolo 7

06/08/2020

Sindicato cobra adiamento do retorno das atividades presenciais na Embasa e revisão do Protocolo 7
Istok

Em ofício encaminhado nesta quarta-feira (5), o Sindicato voltou a cobrar da diretoria da Embasa para adiar o retorno ao regime presencial, marcado para o próximo dia 10, e apelou para o bom senso na revisão da medida a fim de preservar a saúde e a vida dos (das) trabalhadores (as). No documento, são citados diversos riscos graves que a categoria corre em caso de retomada das atividades normais agora, mesmo que em regime de revezamento.

Além de imprudente o retorno de todo o pessoal nesse momento, pois aumentará o risco de contágio, as medidas do Protocolo 7 são insuficientes para proteger a vida e saúde da categoria. Por isso, o Sindicato também solicita que o mesmo seja revisado e quer participar do comitê de crise para fazer o reestudo das novas medidas.

A revisão do Protocolo deve considerar as mais recentes informações sobre a evolução da pandemia na Bahia. Nesta quarta (5), inclusive, a imprensa noticiou o aumento da média de mortes pelo coronavírus nos últimos 14 dias, indo de 54 para 58 óbitos, fato que acrescenta mais uma preocupação para as autoridades sanitárias estaduais e para o qual a empresa também deve dar especial atenção.

Entre os riscos indicados, estão a aglomeração desnecessária no ambiente de trabalho quando o regime atual vem dando conta das necessidades do serviço, sem nenhum prejuízo para a empresa, e a possiblidade de contágio também no transporte público, durante o deslocamento de empregados (as) de casa para o trabalho e vice-versa. Um problema a mais é o fato de que o transporte público está suspenso em diversas regiões do estado, inclusive por restrições impostas pelo governo para conter a pandemia do Covid-19. A Embasa tem vários empregados (as) que residem numa cidade e trabalham em outra.

Muitas outras situações também precisam ser consideradas, tais como: trabalhadores (as) com filhos em idade escolar não têm com quem deixá-los, uma vez que as atividades escolares estão suspensas, a insuficiência de medidas para proteger pessoas com deficiência ou com necessidades especiais, e a exigência de comprovação médica para portadores de doenças crônicas e graves após o retorno ao trabalho, uma vez que essa comprovação ocorreu no início da pandemia de coronavírus.

O Sindicato também destaca que a diretoria da Embasa precisa ter sensibilidade para a gravidade dos indicadores de saúde: a Bahia já tem mais de 180 mil casos confirmados de Covid-19 e mais de 3.900 mortes. Na Embasa já são mais de 250 infectados (as) e duas mortes foram registradas. Além disso, relatos médicos mostram graves sequelas decorrentes do coronavírus, como inflamações no coração e redução da capacidade pulmonar em pacientes que passaram pela fase aguda da doença, mesmo sendo pessoas com histórico de boa saúde.

Também é ressaltado para a diretoria da empresa que, em decisão recente, o Supremo Tribunal Federal considerou a infecção por coronavírus como acidente de trabalho, o que amplia a responsabilidade com o problema. O Sindicato espera que o retorno ao regime presencial normal seja revisto para evitar que a categoria fique exposta à gravidade da pandemia, uma vez que, sempre, preservar a saúde e a vida devem ficar em primeiro lugar.