Gota D'água

Bahia lidera taxa de desocupação nacional, aponta Dieese

02/09/2020

Que a saúde está em crise no Brasil e no mundo devido à pandemia, todos estão sabendo, e que essa crise também afetaria a situação econômica dos países, incluindo seus estados, também não seria novidade para ninguém. 

É o que aponta o último levantamento realizado pelo Dieese - Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos –, a partir de pesquisa de dados divulgados pelo IBGE relacionados ao mercado de trabalho e a saúde, que demonstraram as repercussões do agravamento da crise econômica no Estado da Bahia. 

Acompanhando de perto os dados coletados pelo IBGE, por meio do PNAD Covid 19, o Dieese está atento a cada indicador apontado pelo Instituto, o que possibilita um diagnóstico mais realista da atual situação. Nesse sentido, a entidade apresentou em seu relatório no final do mês de agosto, números desse segundo trimestre relativos ao mercado de trabalho na Bahia não muito animadores, principalmente, no que se refere aos dados referentes aos desocupados, que cresceu de junho para julho, representando mais 20 mil pessoas que não estão trabalhando.  

Na comparação com outros estados da federação, a Bahia (19,9%) teve o maior índice de desocupação do país, seguindo por Sergipe e Alagoas. A média nacional é de 13,3%. 

O aumento da taxa de desocupação no estado tem incidido mais nos trabalhadores (as) informais, o que é efeito da maior vulnerabilidade frente à pandemia, o que reforça a manutenção do auxílio emergencial. Dados comparados do primeiro e segundo trimestres do ano, mostram os trabalhadores (a) domésticos (as) com uma queda de 30,7% da ocupação, seguido pelos trabalhadores (as) familiares auxiliares (-21,6%), pelos trabalhadores (as) do setor privado (-18,8%), os que trabalham por conta própria (-14,7%) e como empregador (-13,7%). Sendo que desses, o reflexo do desemprego foi muito mais acentuado para o trabalhador que não tem carteira assinada. Ou seja, o trabalhador (a) informal. 

Embora, os impactos da pandemia da Covid-19 no mercado de trabalho da Bahia vêm diminuindo de maio para cá. Havia um total de 4.175 pessoas ocupadas e não afastadas de seus trabalhos por causa da crise sanitária. Esse contingente nesse último mês de julho foi maior do que em junho (3.968 mil), após o acréscimo de 207 mil pessoas, que já vinha crescendo em relação a maio, o  que o Dieese entende como um tímido retorno gradual das atividades econômicas, em face da diminuição das medidas de isolamento social para combate da Covid-19.