Gota D'água

Aumento de infectados na Embasa chama atenção e exige medidas mais enérgicas de combate ao Covid-19

30/11/2020

Aumento de infectados na Embasa chama atenção e exige medidas mais enérgicas de combate ao Covid-19

O aumento do número de casos de Covid-19 já havia sido objeto de uma matéria do sindicato no dia 7 deste mês, quando a entidade alertava para a sensação de insegurança vivida pelos (as) empregados (as), todos (as) à espera de quem seria o (a) próximo (a) contaminado (a). Nesse momento, quando há uma possibilidade de “nova onda” de contaminação e já se aponta para um crescimento dos casos, é preciso redobrar as medidas de proteção. Entre os dias 21 e 27 de novembro foram 19 trabalhadores contaminados, o maior número desde de agosto.

Nesta segunda-feira (30) o sindicato recebeu a notícia de mais uma pessoa acometida pelo vírus em Feira de Santana (UNF). Do começo do mês para cá, já seriam 5 trabalhadores contaminados apenas na divisão de manutenção. Outras informações dão conta de que duas pessoas que trabalham no Parque Paulo Jackson (Rio Vermelho) também testaram positivas, além de um grande surto na área operacional da unidade do Cabula (UML). 

Na Bolandeira a apreensão é muito grande entre os trabalhadores da manutenção de água e de esgoto, pois a empresa revogou as escalas de revezamento criadas no início da pandemia, que estavam dando um excelente resultado por sinal, e obrigou os trabalhadores a retornarem todos ao mesmo tempo. Em consequência dessa decisão equivocada e precipitada, está ocorrendo uma aglomeração desnecessária no setor, especialmente no vestiário nos horários de troca de fardamento, expondo todo o pessoal a uma eventual contaminação em massa por mero capricho. Já na sede da empresa, no CAB, onde 35 próprios e 2 terceirizados já foram contaminados, há salas sem ventilação natural e que as janelas são travadas e nem sequer pode ser abertas, sendo um dos locais onde existe a maior possibilidade de manter o pessoal em regime de trabalho remoto pela natureza dos serviços. Além disso, a empresa não tem seguido o próprio protocolo de adequação das instalações que ela mesma emitiu e as máscaras distribuídas não se adequam bem ao rosto, pois ficam caindo enquanto as pessoas estão falando.

Os (as) trabalhadores (as) têm se queixado sobre a precipitação da diretoria da Embasa em chamar para o trabalho presencial aqueles (as) empregados (as) acima dos 60 anos, mesmo os (as) que tem mantido boa produtividade no regime de trabalho remoto. A Embasa programou no último dia 9 o retorno ao regime de trabalho presencial desses (as) trabalhadores (as) que se encontravam afastados ou em trabalho remoto em decorrência de serem maiores de 60 anos. A partir daí sucederam-se diversas reclamações sobre a falta de planejamento da empresa em dar condições de segurança para as pessoas que estariam retornando e também da desnecessidade de trazer esses (as) profissionais para o trabalho presencial, uma vez que muitas atividades estariam sendo realizadas a partir de casa sem nenhum prejuízo à produtividade. 

O sindicato tem defendido que o retorno ao regime presencial de trabalhadores (as) que podem exercer suas atividades no regime de trabalho remoto é uma medida equivocada da diretoria da Embasa, pois traz riscos desnecessários aos seus empregados (as) e também para a coletividade, uma vez que provoca mais aglomeração no transporte público e nas dependências da empresa, além de aumentar os custos no dia a dia das unidades. O sindicato tem recomendado ainda que as CIPAs atuem fortemente na fiscalização das condições de trabalho e notifiquem por e-mail as gerências das unidades e o SESMT da Embasa (GPES) sobre o descumprimento dos protocolos de saúde e segurança durante a pandemia, sempre enviando a cópia da notificação para o Sindae.

O sindicato também criticou a decisão da Embasa de retirar mulheres grávidas e lactantes do regime de trabalho remoto e entrou com uma ação coletiva na justiça para proteger essas trabalhadoras, que aguarda uma decisão do juiz do caso. O departamento jurídico do sindicato também tem protocolado ações individuais visando garantir o regime de trabalho remoto para trabalhadoras (es) com filhos em idade escolar e que não tenham com quem deixá-los nesse período de pandemia, em virtude do fechamento das escolas e creches, bem como para aqueles (as) empregados (as) idosos (as) ou que tenham comorbidades capazes de torná-los (as) mais vulneráveis à infecção pelo Covid-19.

O sindicato entende que a pandemia ainda não está controlada e que, a exemplo da Europa e dos EUA, uma segunda onda de contaminações poderá ser dramática para a população, em especial porque já está comprovado em estudos científicos que existe a possibilidade de reinfecção. Não é redundante ressaltar que o Covid-19 é um vírus novo, de muito fácil contágio, e que as medidas protetivas para a saúde dos (as) trabalhadores (as) devem ser rigorosas e, até que se tenha uma vacina e que se mapeiem todas as formas de ação do vírus sobre o organismo humano, todo o cuidado ainda será pouco. 

Portanto, a proteção à vida e à saúde dos (as) trabalhadores (as) deve estar em primeiro lugar neste momento.