Mal começaram as negociações para o ACT (Acordo Coletivo de Trabalho) ano 2021/2023 e a Embasa já “queima a largada” ao propor a retirada da cláusula que versa sobre o pagamento do Prêmio Aposentadoria, ou mais precisamente, do Programa de Aposentadoria Incentivada - PAI, na qual foi prontamente rejeitada pelos representantes do Sindae presentes na reunião. 

Este primeiro encontro, considerado uma prévia para as negociações do ACT 2021/2023, que aconteceu na tarde desta terça-feira (06/03) de modo virtual, como se vê, já começou tenso com uma proposta para lá de polêmica apresentada pela empresa. 

Tudo isso ocorreu depois que o sindicato solicitou da Embasa a assinatura de um acordo provisório para a manutenção das cláusulas do acordo coletivo em vigor até o final das negociações (como foi feito no ano passado), a empresa, contudo, propôs condicionar a assinatura desse Termo à retirada imediata da cláusula do Prêmio Aposentadoria. Ou seja, a Embasa tenta impor retrocesso antes mesmo de se iniciar o debate da pauta de reivindicações, ainda pendente de aprovação pela categoria em assembleias virtuais a serem realizadas entre os dias (07/04) até sexta-feira (09/04).

A referida proposta da empresa pegou muito mal na reunião e foi rejeitada de imediato pela comissão de negociação do Sindae, a qual reafirmou que todas as cláusulas serão debatidas democraticamente e de boa fé ao longo do processo de negociação. É inadmissível que a empresa "queime a largada" e já queira impor retrocessos em conquistas históricas da categoria antes mesmo da negociação começar. Essa postura já demonstra que a diretoria da Embasa está alinhada com o processo de entrega da empresa ao mercado financeiro através da venda de ações, abertura de capital, parcerias público-privadas e outras formas de privatização da água, pois já fazem o trabalho prévio de retirada de direitos da categoria para tornar a empresa mais atraente aos compradores.

Indagada sobre as negociações do PPR - Programa de Participação dos Resultados - a empresa continua a não querer definir uma data para início das negociações, mesmo estando próxima a data para a publicação do balanço financeiro anual, uma vez que este ano não haverá prorrogação de prazo para a sua publicação como aconteceu no ano passado em decorrência do início da pandemia do coronavírus. Ou seja, a empresa ao deixar de debater acerca do PPR no tempo correto, busca, sem razão, dificultar as negociações.