Gota D'água

Explodem casos de Covid-19 na Embasa, maior número em 11 meses

18/01/2022

Explodem casos de Covid-19 na Embasa, maior número em 11 meses
Foto: CanvaPro

Nos primeiros dias de 2022 o número de casos de trabalhadores (as) infectados (as) pelo Covid-19 na Embasa subiu de 2 para 71 em apenas quinze dias, segundo dados oficiais da própria empresa, um crescimento exponencial que segue a tendência dos dados mais amplos da pandemia no Estado. Este é o maior número verificado desde o final de fevereiro do ano passado, quando 107 casos foram confirmados na empresa, o que é muito preocupante.  

Na região de Barreiras, por exemplo, há relatos de que funcionários (as) que prestam serviços à Embasa através de empresas terceirizadas estão indo trabalhar mesmo contaminados (as) ou retornando ao trabalho com apenas cinco dias de isolamento, o que é um período considerado insuficiente para vencer a infecção, pondo em risco de contaminação os demais empregados. A justificativa desse retorno precoce seria para não perderem o ticket, e outros benefícios, que são descontado dos dias não trabalhados. O surto em Barreiras, tanto na unidade regional quanto no EL é bastante crítico e, pelo menos, dois setores da empresa teriam ficado fechados em decorrência de pessoas terem testado positivo para covid-19. 

Em razão do acelerado crescimento de Covid-19 em Salvador e interior do estado, ocasionado principalmente pela disseminação da variante de alta transmissibilidade Ômicron, o Sindae encaminhou, na última quinta-feira (13), ofício à presidência e demais diretorias da Embasa (Empresa Baiana de Águas e Saneamento S/A) cobrando ações emergenciais para frear as contaminações nas unidades da empresa. Entre as medidas propostas pelo sindicato estão o retorno do trabalho remoto e do revezamento nas áreas operacionais, limitação de passageiros nos veículos da empresa, afastamento imediato dos casos suspeitos e por 14 dias para os casos confirmados, estabelecimento de um protocolo eficiente de testagem e fornecimento de máscaras PFF2 ou N95, entre outras.

Em resposta, a Embasa disse que: “tem mantido rigoroso monitoramento e controle das medidas preventivas e acompanhamento das ocorrências de novos casos, adotando todas as medidas necessárias e de assistência”. Disse ainda que aguarda as manifestação de órgãos oficiais de saúde para adotar medidas adicionais de proteção.

Diante dos dados que confirmam a explosão de casos na empresa, o sindicato entende que é preciso medidas urgentes e rápidas. Não faz sentido a Embasa, que tem independência e autonomia administrativa, ficar aguardando posicionamento de outros órgãos para adotar medidas de prevenção, que visam exatamente evitar que a situação fique fora de controle e até ocorra paralisação de atividades, como tem acontecido com companhias aéreas que tem cancelado voos por conta da contaminação das tripulações.

Cabe lembrar que, mesmo com um percentual de mais de 99% dos trabalhadores vacinados, o que ajuda a evitar casos graves e mortes, a infecção pode causar sequelas da chamada “Covid longa” por meses ou até anos, lembrando também que os (as) filhos (as) menores dos (as) empregados (as) ainda não estão vacinados (as), havendo também um risco para os demais membros da família. Dentre as sequelas já conhecidas pode ocorrer perda prolongada do olfato e paladar e queda de cabelo, bem como incapacidades mais severas, como sequelas cardiorrespiratórias, redução da capacidade física, disfunção cognitiva, ansiedade e depressão, consequências que podem impactar a capacidade laboral dos (as) empregados (as).

Diante disso, a postura mais responsável é evitar ao máximo contaminação, mantendo o distanciamento social, fazendo a higienização constante das mãos e uso da máscaras adequadas (PFF2 ou N95) em locais onde houver a necessidade de contato com outras pessoas.