À Direção da EMASA,

A direção do Sindae acatará a determinação judicial de suspensão da paralisação que aconteceria amanhã, 26 de agosto, mesmo entendo que a justiça foi induzida por informações imprecisas a respeito dos riscos aos diretos dos trabalhadores da EMASA. 

Para além disso, ressalte-se que, quando a direção da EMASA nega a privatização, falta transparência com a população e adota uma postura inadequada perante a sociedade. Tecnicamente, é verdade que não haverá venda definitiva dos ativos; eles serão cedidos por 35 anos, prazo da concessão, que ainda pode ser prorrogado. O cerne da questão, no entanto, é que a intenção da gestão é, inegavelmente, a privatização dos serviços operados pela empresa pública municipal.

Outra afirmação profundamente duvidosa é a de que a entrega desses serviços à iniciativa privada traria conforto tarifário. A realidade é que, na ausência de recursos públicos, os custos dos investimentos prometidos recairiam integralmente sobre a tarifa, que recentemente já sofreu um aumento absurdo de 70% na taxa de esgoto. Essa visão é confirmada pela própria declaração do presidente da EMASA à Ozitv, de que "a tarifa atual não cobre os custos".

Por fim, a alegação de que os trabalhadores não seriam prejudicados, pois a prefeitura os absorveria, é, no mínimo, ingênua, para não usar outros termos. 

Estas são dúvidas e lacunas cruciais que, em vez de serem respondidas de forma adequada e transparente, estão sendo rebatidas com argumentos meramente retóricos, sem qualquer compromisso com a verdade factual. É uma situação que a população de Itabuna certamente não tolerará.