O prefeito de Itabuna, Fernando Gomes, retomou seu antigo projeto de privatizar a Empresa Municipal de Águas e Saneamento (Emasa), aproveitando do momento de pandemia do coronavírus que dificulta ampla discussão desse projeto pela sociedade. Faltando pouco tempo para o final do seu mandato, ele acaba de divulgar portaria refazendo a comissão de licitação que terá como missão a venda da empresa, mas vai haver resistência à proposta e o Sindae estará de novo na luta contra a privatização.

O projeto de Fernando Gomes é entregar os serviços de saneamento para uma empresa privada, provocando demissão em massa e deixando para trás a dívida estimada de R$ 200 milhões que a Emasa tem, incluindo com o comércio e fornecedores de Itabuna. Insensível à grave crise sanitária e econômica que o município está mergulhado, vai provocar o agravamento do problema, somando-se ao fato de que estudos feitos por uma consultoria já indicaram que a gestão privada só se interessará se ocorrer um aumento de 40% nas tarifas cobradas atualmente.

A sociedade de Itabuna precisa reagir, pois água e esgoto são essenciais para a vida e, no atual momento, também são fundamentais para combater a propagação do coronavírus. A privatização vai encarecer tarifas e não trará os investimentos necessários para atender onde faltam serviços. O gestor privado quer operar onde possa ampliar lucro, tirando proveito da rede já existente. Além disso, o Brasil está cheio de péssimos exemplos da gestão privada no saneamento, a exemplo de Manaus, onde a privatização aconteceu 20 anos atrás e até hoje apenas 12,4% da população é atendida por esgotamento sanitário.