Gota D'água

Incêndio no almoxarifado da Embasa no Cabula expõe falta de gestão de risco na empresa 

21/01/2023

Incêndio no almoxarifado da Embasa no Cabula expõe falta de gestão de risco na empresa 
FOTO: ALMOXARIFADO CABULA

O incêndio ocorrido no final da tarde desta sexta-feira (20/01), no galpão B do Almoxarifado Central da Embasa, que fica localizado no bairro do Cabula, em Salvador, traz à luz a falta de estratégia e ação da empresa em garantir segurança às suas instalações prediais e aos (às) seus (suas) empregados (as). Felizmente ninguém se feriu, por obra e graça da sorte e não por qualquer ação preventiva da Embasa.

De acordo com informações, fartamente veiculadas pela imprensa com repercussão em todo o estado da Bahia, o fogo começou por volta das 16h50, e às 21h as chamas já haviam sido aplacadas pela ação dos profissionais do Corpo de Bombeiros. Dentro do local havia materiais de escritório, de limpeza e folheterias.

Situações como essa expõem apenas a “ponta do iceberg” da falta de preparação da Embasa para prevenir acidentes na empresa. É só dar uma olhada no que se passa nas centenas de almoxarifados do interior do estado, que têm bem menos infraestrutura para agir contra esse tipo de evento e em municípios que sequer têm Corpo de Bombeiros. 

Nos últimos anos a Embasa praticamente andou para trás em relação à Saúde e Segurança do Trabalho - SST, terceirizando profissionais da área e em alguns locais eles (elas) nem existem, como é o caso do Parque do Cabula onde fica o almoxarifado central. Outra reclamação geral é a falta de investimento e de estruturação de equipes interdisciplinares para levantar as demandas e encaminhar as resoluções pertinentes, a exemplo da construção de locais de trabalho salubres e seguros. 

É bom lembrar que a Embasa tem um Acordo assinado com o Ministério Público do Trabalho – MPT, após condenação em ação civil pública, em que se comprometeu a cumprir e fazer cumprir 72 itens e 22 subitens das Normas Regulamentadoras - NRs, que versam sobre a legislação de Saúde e Segurança do Trabalho, cujos descumprimentos foram levantados pela fiscalização do MPT, que encontrou graves irregularidades. Até o momento a empresa vem realizando muito parcialmente essas obrigações, que pode ensejar multa de pelo menos R$ 10 mil por item não cumprido.

Diante da urgência dos fatos, nos próximos dias o Sindae traçará um planejamento para iniciar as fiscalizações das condições de segurança contra incêndio dos almoxarifados da Embasa em todo o estado. Em especial o sindicato irá cobrar da empresa os planos de contingência e emergência para cada local, de acordo com o grau de risco apresentado, bem como a adequação das instalações e vistorias dos órgãos competentes.